- O que me diria das minhas borboletas? Perguntou ela.
- O que me diria do meu jardim? Respondi.
- Cadê as flores?
- Você quis dizer as cores, minha querida.
Haaaaaa as cores...
eu as deixo por conta das borboletas e pelo céu azul que irá
trazer.
- Eu não tenho flores e muito menos mando nas nuvens, só tenho
borboletas.
- Não quero flores, traga suas borboletas e o céu que há
em seus olhos. Quanto às nuvens, após nossas tempestades pessoais, olhe bem
fundo nos meus olhos e verei céu azul novamente.
- E as flores?!!!
- Deixe as flores para os canalhas que amam arrancar suas
pétalas e cantar malmequeres, plantadas em seus vasinhos desejando um dia
aprender o que é amar. Sou o garoto da montanha olhando o bater de asas das
cores dançarinas se espalhando pelo ar.
- Não sei se posso...
- Um dia o mestre disse que se conhecêssemos a verdade ela nos
libertaria.
- Talvez eu seja apenas uma flor...
- Eu vejo uma borboleta pousada num vaso vazio esperando ser
liberta.
E ela abaixou a cabeça e se escondeu atrás da viciante nuvem
de fumaça.